terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Como Frida Kahlo.

Acabei de assistir o filme Frida, que conta a história da vida da maior pintora do México, Frida Kahlo, e, sinceramente, me encantei por esta mulher. Sempre tive vontade de conhecer a história daquela mulher com as sobrancelhas juntas, que nunca conheceram uma pinça e me condeno até hoje, até agora, por não tê-lo feito antes. O filme foi dirigido muito bem por não sei quem e a fotografia é perfeita. A trilha sonora é da mais alta qualidade e os atores dão um banho. Mas, sobre a vida dela, sou impulsionado a dizer que foi uma mulher a frente de seu tempo. O México era pouco para ela. Não estou menosprezando o país e, sim, afirmando que na verdade qualquer lugar no mundo seria pequeno para ela. Desejo que todas as pessoas tenham, dentro de si, um pouco de Frida Kahlo. Vi nela uma ansiedade por vida como nunca imaginaria encontrar em uma mulher que sofreu durante toda sua existência. No entanto, a displicência para com a própria vida, no sentido de aproveitar cada minuto foi o que mais me chamou atenção. Suas obras, pelo menos as que eu vi no filme, não enfeitariam as paredes da minha casa, a não ser seu autorretrato, que não seria pendurado pela beleza, mas pelo o que ela passou a representar na minha vida a partir de agora. Doente, nunca desistiu de viver um minuto sequer e as tristezas que a abatiam faziam com que ela se mantivesse de pé, lutando, guerreando contras as forças que vinham dela mesma. O que nós devemos fazer todos os dias e, inconscientemente ou inconsequentemente, fazemos. Lembrei, por um momento, da minha mãe. Ela venceu uma doença terrível e teve meu apoio durante todo o período da “grande depressão”. Mas, comparando-as, gostaria que a minha mãe tivesse sido um pouco Frida Kahlo, ao passar pelo seu pior momento. Talvez se tivesse sido sofreria menos ou poderia ter feito poesia enquanto recebia quimioterapia. Quem sabe tirar os coelhos da cartola, em um momento de choro, não seja o grande segredo da vida!? Quem sabe se ao invés de reclamarmos tanto de um sapato apertado, nós simplesmente descalçando-os não nos sentiremos melhores? Talvez o que falte em nós seja o espírito febril e fogoso da Frida (intimidade em chamá-la pelo primeiro nome). Nos acostumamos com a desgraça de nossas vidas. Falta de dinheiro, falta de amor, falta de confiança, falta de escrúpulos, falta de respeito, falta de fé, falta de tanta coisa e esquecemo-nos que existe tanta sobra em nós mesmos. Sobra carinho, sobram sorrisos, sobram lágrimas de alegria, sobram afetos, sobram gargalhadas, sobra amor, por mais difícil que seja encontrar um, mas, enfim, fazer do limão uma limonada (se preferir: adicione vodka e gelo e terás uma caipirinha). Levanta e caminha, se tens pernas e pés. Sorria, se tens dentes ou falta de vergonha. Abrace, se te faz bem. Esqueça esta palhaçada de sexo ou sexualidade! Viva! Faça questão de esquecer, também, alguns outros pudores. Anime-se. Corra riscos. Esqueça de lembrar que dores existem e crises existências também. Ninguém nunca voltou para dizer o que nossa passagem pela Terra deva realmente significar. Não se prenda a pudores católicos, evangélicos ou quaisquer que sejam. Eles só te proíbem. Vive a tua vida e esquece a dos outros. Seja mais Frida Kahlo. Tira a tua roupa e anda pelada(o) pela casa, afinal, se os vizinhos verem alguma coisa, eles é que se incomodarão (ou não). Ama sem medo de ser enganado. Não tenhas vergonha se caso fores. Não foste tu o errado na história, afinal, dar a mão não é pecado nenhum. Emprestar um pouco da tua vida a outro alguém significa muito mais do que simplesmente ter alguém. Ama aquele que se entrega sem medo. Isso foi a vida de Frida Kahlo. Isto foi o que pude notar no filme. Por isso, desejo que todos os meus amigos, ou qualquer pessoa, sejam um pouco Frida Kahlo.