quarta-feira, 30 de março de 2011

Matheus Bandeira Convida IV


Tenho a honra de convidar uma pessoa, que gosto muito e, que, com certeza, não poderia findar meus convites sem a sua participação. A próxima a escrever para o Matheus Bandeira, Captando Palavras é a querida Camila Schuck. Com suas frases encharcadas de sentimentos e verdades, Camila encanta com a sua escrita peculiar. Forte, porém, real e sentimental. Assim é o seu jeito de escrever, que gosto e admiro muito. Espero que gostem.

sábado, 26 de março de 2011

Lágrimas de Chuva


O vento move as árvores
E bate no meu rosto,
Afastando as lágrimas insistentes,
Que teimam em cair,
Exteriorizando minha tristeza.

Os pingos gelados da chuva
Começam a me molhar.
As lágrimas, no chão,
se confundem com a chuva
E eu sigo caminhando.

Vejo ao longe a minha felicidade.
Solto o guarda-chuva
E deixo ser levado pela tempestade.
Encharcado pela água e por lágrimas,
Sigo caminhando.

Meus lábios escurecem,
Meu tremor é visível.
O caminho é árduo.
Um relâmpago ilumina o meu rumo
E vejo que estou só.

Ninguém nas ruas.
Lembro de meus momentos felizes,
Ao lado da minha felicidade e,
Vagando, chorando, só,
Sigo ao teu encontro.

O Inimigo Está Perto (em 3 partes)


Geruza Medeiros estava de aniversário. Convidou seus amigos para festejar seus trinta e três anos em um bar, no cais do porto da cidade. A vida agitada de uma advogada criminalista não deixava que ela se divertisse, mas como era seu aniversário, nada mais justo, segundo ela, comemorar e beber. Geruza, uma mulher rica, que nunca perdeu um processo, sempre gostou de fazer este tipo de recepção. Esbanjando carisma e simpatia, promoveu uma festa com requinte e sofisticação. Considerada uma das melhores advogadas criminalistas do país. Era sexta-feira, dia oito de janeiro. Uma lua linda iluminava o mar e a cidade inteira. Aos poucos seus convidados foram chegando. Após um tempo, chega o primeiro dos cinco amigos e companheiros: Leonardo Cordeiro. A aniversariante recebe o ilustre amigo e os dois conversam animadamente. Leonardo é escritor e o membro mais novo da Academia Brasileira de Letras. Em seguida, chega à festa Naím Canabarro. Naím é conhecida por sua ONG “Ajuda Carioca”, que auxilia os idosos que vivem em locais mais esquecidos pelo governo. Com 39 anos, a carioca é reconhecida nacionalmente por seus livros de psicologia. Após sua chegada, os três amigos ocupam, juntos, uma mesa e os garçons da festa os servem com bastante freqüência. Por fim, chegam Marcelo Buarque e Renato Figueiredo. A turma dos cinco amigos está completa. Marcelo Buarque, brilhante promotor criminal e professor de Direito Penal. Com seus trinta e três anos, é um dos cotados a assumir o cargo de desembargador do estado do Rio Grande do Sul. Renato Figueiredo, empresário de sucesso. Sócio majoritário da Perdigão, com apenas trinta e um anos. Na festa, os amigos se reúnem e conversam animadamente sobre suas vidas e seus trabalhos. Lembram o passado e as coisas engraçadas da faculdade. Depois, todos se dirigem até o terraço do bar e sentam-se onde o mar fique como vista na noite enluarada. Algumas horas depois, Leonardo, ao retornar do banheiro, nota que há dois homens brigando no outro lado da rua. Os amigos se levantam e vão para o parapeito do terraço para observar a briga. Quando, de repente, um dos homens tira um revólver do bolso e atira no outro, que cai no chão. A vítima, ainda com vida, tenta se levantar, porém, o assassino lhe descarrega o revolver o matando na hora. O silêncio impera. Nenhum barulho na rua, nem na festa, nem em lugar qualquer. O silêncio absoluto fazia com que os amigos pudessem ouvir os passos do assassino. Todos no terraço parados olhando o assassino, que não os vira, ir embora no silêncio. De repente toca o celular de Leonardo. Uma música alta pôs fim no silêncio. Leonardo tentava desesperadamente desligar seu telefone celular para não fazer mais barulho, porém, foi impossível e o assassino parou. Olhou para os lados e nada encontrou. Voltou uns passos e olhou diretamente para o terraço. Deste modo, enxergou nitidamente todos que estavam ali parados o observando. Todas as testemunhas oculares do crime que ele cometera minutos atrás. Marcelo se abaixa e todos fazem o mesmo. Geruza pede que os seguranças fechem as portas do bar e as tranque. O silêncio continua na festa e na rua. Os passos do bandido sendo ouvidos por todos iam ficando cada vez mais nítidos. Cada vez mais perto. E foi quando uma voz abafada por algo que não puderam identificar, pois estavam abaixados, escondidos, gritou em tom ameaçador: “vocês não me viram, mas eu vi todos vocês!” Logo depois, os passos foram se distanciando até se perderem. Vinte minutos depois chega ao local a polícia militar. O promotor, Marcelo, vai falar com os policiais e a advogada criminalista, Geruza, o acompanha. Naím acalma os convidados da festa e pede para que eles se retirem com calma. Pede desculpa. Leonardo, sentado em uma cadeira, chora inconsolável. Renato o consola e faz companhia. Naquela mesma noite a polícia começa a investigar o crime. Um mês depois, Geruza conhece um homem chamado Fabrício Silva. Elegante, alto, bonito e simpático, Fabrício acaba conquistando a advogada e a fazendo se apaixonar por ele.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Escrevidos, Escrevimentos e Escritos.


Me deitei na cama, peguei meu notebook, liguei o DVD e deixei rolando em um volume baixo. Me preparei para escrever e foi quando percebi que não tinha nenhum assunto novo para escrever. Não tenho nada de novo acontecendo na minha vida, que eu já não tenha escrito e publicado. Quando pensei em escrever, queria falar sobre algo novo, porém, não sei falar de nada a não ser do amor. Que me sejam antipáticos, então, aqueles que não acreditam nisso ou que desconhecem esta forma de viver, mas estou sendo sincero.

Escrever sobre o amor, mesmo não sabendo o explicar, como detalhar e até nem conseguindo entender certas coisas, é uma maneira maravilhosa de exteriorizar o sentimento mais puro que está sendo sentido pela pessoa que escreve sobre tal assunto. É como se cada linha de um texto, de uma crônica, de um poema fosse inspirado na paixão e na pessoa amada.

O texto que fala sobre o amor, realmente, acontece na vida destas duas pessoas ou somente na da que escreve. Se pássaros cantam, se a lua brilha, se o sol arde, se a vida é linda, é porque realmente são desta maneira. Mesmo quando existe, dentro das linhas de um texto, personagens da natureza com mutações fantasiosas, em um conto de amor, devemos acreditar, pois na mente apaixonada de quem imaginou aquilo, estas coisas simplesmente acontecem.

E é tudo fruto da paixão, do divino momento vivido. Tudo são flores, tudo são perfumes, tudo são sorrisos. Há os textos de paixões tristes, mas estes são aquelas não correspondidas. Portanto, cito as traçadas linhas de quem escreve sobre o amor de maneira apaixonada.

Tendo isso como base, continuo a dizer que sobre outro assunto não sei escrever. Obviamente que saberia escrever sobre a guerra na Líbia, sobre a vinda de Barack Obama ao Brasil, sobre a progressão de regime para condenados por crime hediondo, sobre a sucessão de um testamento, sobre a polêmica do blog da Maria Bethânia, mas, apesar de ter um monte de acontecimentos nestes últimos dias, na mídia, não consigo falar sobre outra coisa se não o amor.

Com a autoridade de quem passa por isso, atualmente, afirmo que é a fase que vivo que me deixa mais romântico, mais alegre, mais vivo. Por isso, com certeza, meus textos têm uma conotação bem romântica, melosa, apaixonada. E é bom falar sobre isso. É bom sentir e é bom falar.

Apaixonados, amando, sendo amados, os dias passam com uma leveza diferente, a dor é suave e não dói, o choro, no fundo, é de alegria, enfim, nada é normal, nada é como é. Apaixonados, as coisas não são, elas estão. Estão em um estado anormal. Tudo por termos alguém para dividir a dor, para chorar junto, para sofrer junto, para nos apoiar, para nos dar simplesmente um abraço.

Enfim, cafona ou sofredor, não sei escrever sobre outra coisa se não for sobre o amor.

domingo, 20 de março de 2011

Fogo


Ele vê, ao longe, uma fogueira muito alta, brilhante e cheia de luz. Mesmo estando longe, consegue ouvir o barulho do fogo ardendo, queimando. Então, ele segue aquela luz e a cada passo dado, vai sentindo o calor aproximar. É amedrontador. É asfixiante. Causa um certo desconforto e nervosismo, mas, mesmo assim, segue em seu caminho. Com passos lentos ele pára e decide chegar até a fogueira. Sabe que o fogo pode queimá-lo e acabar com seus sonhos e planos, mas a teimosia o toma conta. Quando está muito próximo do fogo, quando o calor já lhe faz suar, quando a luz ilumina seu corpo e seus olhos, ele chora. Não tinha nada ali. Era só uma fogueira. Arrepende-se. Pede perdão à vida pelo tempo desperdiçado e com lágrimas nos olhos, vai embora.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Palavras Ditas. Palavras Repetidas.

Amor. Tequila. Cachaça. Álcool. Fogo. Fome. Bebida. Dinheiro. Amigos. Risadas. Piadas. Sorrisos. Felicidade. Amor. Cumplicidade. Metamorfose. Transformação. Dúvida. Apego. Paixão. Companheirismo. Calor. Ventilador. Mosquito. Sono. Noite. Madrugada. Dia. Beijo. Amor. Verão. Orgulho. Formatura. Formaturas. Bebidas. Alegria. Abraço. Beijo. Fotografia. Poema. Textos. Crônicas. Músicas. Brigas. Ciúme. Reconciliação. Carinho. Festa. Janta. Namoro. Noivado. Casamento. Promessas. Juras. Amor. Sonhos. Futuro. Planos. Ideias. Conjecturas. Alegria. Noite. Praia. Brigada Militar. Faca. Risadas. Afago. Bem. Querer. Mães. Conversas. Diálogos. Tensão. Choros. Desabafos. Consolações. Abraços. Amor. Final de semana. Planos. Noite. Dia. Praia. Calor. Cerveja. Comida. Fome. Sono. Cigarro. Trabalho. Dinheiro. Futuro. Nosso. Meu. Teu. Tu. Eu. Nós. Ninguém. Medo. Insegurança. Choro. Pesadelo. Lágrima. Sofrimento. Dor. Conversa. Abraço. Carinho. Paixão Amizade. Amor. Futuro. Viagem. Separação. Dor. Lágrima. Sofrimento. Solidão. Sozinhos. Tu. Eu. Nós. Juras. Promessas. Casamento. Planos. Textos. Sonhos. Músicas. Forró. MPB. Quilômetros. Cama. Ventilador. Calor. Frio. Edredom. Faculdade. Emprego. Estágio. Estudos. Acordar. Aula. Dormir. Trabalho. Celular. MSN. Blog. Twitter. SMS. Webcam. Fotos. Sul. Centro-Oeste. Norte. Direção. Medo. Insegurança. Dor. Amor. Saudade. Amor. Amor. Amor...

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ele e Ela.


Na praia, uma conversa.

_ Era tudo tão mais fácil.
_ Era.
_ Seria mais fácil.
_ Seria menos feliz.
_ Talvez. Das nossas maneiras.
_ Arrependida?
_ Não. Apesar das lágrimas de tristeza, há as de alegria.
_ Tem pensado muito?
_ Muito. Demais. Planos e mais planos.
_ Me conta um.
_ Já sabe de todos.
_ É. Sei.
_ Saudade de ti.
_ Eu também to.
_ É difícil planejar meus dias sem a tua presença.
_ É?
_ É. É complicado te querer e não te ter na hora seguinte, no dia seguinte.
_ Eu sei.
_ E às vezes lembro de nós e gostaria tanto que acontecesse de novo.
_ Hum...
_ E não vai acontecer. Não na hora. Não agora.
_ É?
_ É. E é difícil de conceber isso. Lidar com isso, na verdade, é complicado.
_ Complicado.
_ E, de repente, um aperto no peito. Uma tristeza, sabe?
_ Sei.
_ E aí, eu vejo que estou realmente sozinha. Sem tu aqui. Uma saudade enorme. Um vazio. Sabe? Às vezes, eu sinto como se tu estivesse ao meu lado e consigo até escutar tua respiração e sentir teu toque. Mas, olho para o lado e tu não está e daí... Daí...

De repente ela pára de conversar. Olha para os lados e se dá conta de que conversara todo o tempo com ele de uma maneira como queria e não como era. Estava pensando, imaginando, apenas. Estava sozinha. Ela o procurou com os olhos durante um certo tempo, querendo acreditar que aquilo era mentira e que realmente tinha conversado com seu amado, mas a solidão se fez presente e o silêncio gritou. Então, sentou novamente e se calou. Pensou mais um pouco. Chorou. Olhou para o mar e lembrou de coisas que foram vividas ali. Depois foi embora. Lembrando. Desejando. Chorando. Amando.