terça-feira, 30 de agosto de 2011

Eu (de verdade)

Não há o que escrever. Não existem palavras que possam expressar meu momento. Tenho enfrentado a mim mesmo diariamente, erguendo a cabeça e seguindo meus passos sem saber onde eles vão levar. Facilmente sou levado pelo vento e o caminho ainda é sombrio, misterioso. Me pego, no meio do percurso, lembrando do meu passado com a minha mãe, do meu tempo de calouro e de ti. Tenho procurado estar mais presente com a minha "véia" (apelido da mãe), aos poucos estou me readaptando à insegura faculdade e ainda choro a tua distância literal de mim. Me sinto sozinho, jogado no meio do nada, sem ninguém para me dar um abraço. Só que quado caminho neste lugar, algumas pessoas aparecem e te procuro entre elas ou até mesmo nelas, na ânsia de me sentir amado, maquiando o desejo visceral de estar contigo novamente me acalmando e me dizendo que vai estar tudo bem. Não quero mais esta vida para mim. Quero aquela em que tudo estava bem. Quero aquela segurança toda de poder estar tranquilamente bem de volta.

Pra Rua Me Levar - Ana Carolina

Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho onde eu vou
As vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus, e que não abro mão
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar, e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
Eu vou lembrar você

É mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar, e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Estar Apaixonado (por Vânia Oliveira)

Imensamente, agradeço à minha querida amiga, Vânia, por ter aceitado o convite de escrever para o meu blog e principalmente por ter escrito este texto maravilhoso. Obrigado!


Estar apaixonado é mais do que um estado de espírito. É uma arte. É uma benção!
Estar apaixonado é ver a vida cheia de cores, é saber dar valor aos primeiros raios solares, a primeira estrela brilhante no céu, ao dia de chuva, ao dia na praia... Quando se está apaixonado não existe tempo ruim, não existem problemas. As coisas se tornam menos complicadas. Ficamos visivelmente mais felizes, somos donos de grandes gestos, apenas para nos aproximarmos do objeto de desejo.
Desejamos. Ah! Como desejamos! Não temos tempo para pessoas mal humoradas, brigas tolas, palavras mal colocadas... Nosso tempo é paralelo ao tempo mundano. Comemos pouco, dormimos pouco e nada, absolutamente nada disso afeta o bom funcionamento de nosso organismo. Choramos de emoção, nos emocionamos por coisas simples... Valorizamos, colocamos em um pedestal nosso ser almejado... Não temos vergonha de nossos sentimentos, pelo contrário, queremos GRITAR AO MUNDO o quanto ESTAMOS FELIZES!
Despertamos invejas, acreditamos nisso como se fosse uma verdade absoluta.
Uma mensagem de poucas linhas nos deixa com o sorriso de orelha a orelha. Somos todos adolescentes, independente de nossas idades cronológicas. Já comentei que ficamos atemporais? Afinal o tempo é algo relativo...
Somos assim... Queremos aquele outrem MAIS QUE TUDO NO MUNDO! Despertamos sua atenção! Somos correspondidos! DELÍCIA! Troca de carinho, de querer estar juntinho a todo momento, não saber como vivemos até hoje sem essa pessoa a nosso lado... temos tudo isso, toda essa magia acontecendo... é tudo tão gostoso, tão bom... e como a maioria das pessoas está neste momento? Curtindo claro!!! NÃO! A maioria das pessoas está perdida, sem saber o que fazer, como agir... sem acreditar que seja merecedora de tanta coisa boa na vida... a maioria perdeu seu rumo, pois alcançou o que MAIS QUERIA NA VIDA e agora o que fazer com o resto da sua vida?
Ah, eu sugiro escolher continuar se permitindo SER FELIZ! Brincando de transformar sentimentos, brincando de curtir cada minuto do dia... brincando... simples assim, deixando a vida menos monótona e mais divertida... VAMOS BRINCAR DE TRANSFORMAR! ATENÇÃO EM CARINHO, CARINHO EM PAIXÃO, PAIXÃO EM AMOR... PERMITA-SE SER AMADO! PERMITA-SE AMAR! PERMITA-SE VIVER!
Se as coisas não estão bem. Não se preocupe isso só significa que ainda não chegamos ao final, porque TUDO SEMPRE ACABA BEM NO FINAL! PERMITA-SE ACREDITAR! PERMITA-SE NESTA VIDA A SIMPLESMENTE SER UM BOBO APAIXONADO! É MUITO MAIS LEGAL DO QUE SER UM IDIOTA MAL HUMORADO!
Não pense que somente poderemos ser FELIZES quando temos alguém ao nosso lado. APAIXONE-SE PRIMEIRAMENTE POR VOCÊ! DEPOIS DISSO O UNIVERSO TE TRARÁ TUDO DE BOM!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Preso


Penso, penso e repenso e não chego à conclusão alguma. Não sei como me livrar destas grades que me aprisionam dentro da minha vida de sempre, cheia de surpresas já conhecidas e novidades velhas, que não me fazem mais rir. Me sinto preso dentro de um lugar que não quero estar, pelo menos, não sozinho, sem a tua companhia. Me sinto involuntariamente acorrentado, cheio de vontades que não podem ser concretizadas por uma satisfação besta de terceiros que nada tem a ver com a minha felicidade. Me sinto algemado dentro da minha vida sem poder fazer o que quero, sem poder querer o que quero, porque, agora, eu nada posso ter. Nada posso tocar. Nada posso fazer, a não ser esperar. Esperar que a luz entre em meu quarto, me tirando da escuridão, que as chaves abram estas algemas doloridas, que a minha prisão se abra e que eu possa voltar a habitar o mundo que era meu antes de ser condenado à triste solidão de um amante que nada pode fazer para ter o abraço do seu amor. Só, estou. Só, depois, não estarei mais. Talvez um habeas corpus me tire desta terrível prisão e a minha sentença seja a felicidade. Enquanto isso, sonho e aguardo o dia do tribunal.

domingo, 10 de abril de 2011

Matheus Bandeira Convida V

Não poderia faltar uma pessoa tão peculiar, como ela, nos textos dos convidados, aqui no blog. Por isso, convido a Vania Oliveira para ser a próxima escritora. Com uma inteligência ímpar, acredito em suas belas palavras.

O Amor Não Vai Acabar em 2012. (por Camila Schuck)

É com o imenso prazer que publico o texto escrito por uma pessoa muito querida e especial. Deliciem-se com esta obra da Camila Schuck. Desde já, a agradeço pela colaboração e pelo atendimento ao meu convite. Obrigado.

Eu queria poder falar de mil assuntos, e que estes não envolvessem a palavra amor. Que eu pudesse escrever um páragrafo se quer sem estar envolvida com este sentimento. Mas é impossível. É inevitável na minha vida qualquer ação que não tenha um punhado desse sentimeno. Se ele fosse algo comprável, acho que eu trabalharia toda a minha vida pra tê-lo e sairia doando por aí. Nunca mais nessa vida ninguém sentiria o gosto da solidão, todos os escritores que tanto reclamam a falta do amor no mundo, e ganham dinheiro fazendo isso, iriam a falência. Eu iria a falência, ainda que não ganhe um centavo pra escrever.

Ainda que todos os dias tenhamos doses diárias de notícias dizendo que o mundo está cada vez pior, que as pessoas estão cada vez mais violentas, cruéis e desumanas, eu ainda acredito num mundo melhor. Ainda que digam que em 2012 o mundo vai acabar, e que por isso muita gente aproveitou o embalo pra fazer o bem que entende (e infelizmente nada que seja produtivo), usando o discurso "não tô nem aí, o mundo vai acabar mesmo", eu penso diferente.

Eu acredito que ainda dá tempo de salvar o mundo, sem planos complicados ou impossíveis. Não é nenhum pensamento utópico, e acredito que é mais da minha essência do que consequência da minha idade. Eu mudo o mundo todos os dias, nem que seja o mundo de uma pessoa. Se eu puder toda vez que alguém estiver triste puder lembrá-la que existe amor, e eu puder fazer alguma coisa que a faça pensar diferente, eu ajo. Não procuro ninguém, não bato na porta de quem não quer ser incomodado, mas quando alguém me procura, não leva de mim outra coisa senão um sorriso. Porque eu podia mesmo distribuir rancor, ignorância, vingança... Mas o que isso ajudaria o mundo a melhorar?

Já fui chamada de simplória, "Alice no País das Maravilhas",utópica, ingênua, e por isso já me senti como um exército de um só soldadinho. E se eu realmente for só mais uma tola no mundo? Mas hoje eu percebo que estas pessoas estavam erradas. Eu ainda vejo gente fazendo planos pra casar, ter filhos, ou encontrar um novo amor. Vejo multidões se unindo, fazendo manifestos por um mundo melhor. E você acha realmente que o amor não existe e que o mundo vai acabar? Tem mesmo certeza disso?

O que vai acabar nesse mundo, ou melhor, tem que acabar, é essa gente que vive um dia de cada vez sem se preocupar com a vida do próximo. Sem se preocupar com sua própria vida. Pessoas que vieram ao mundo a passeia e por isso, se parecem com turistas, que sujam nossa cidade e depois vão embora. Mas o meu coração é limpo, aqui turistas não entram, só gente pra ficar. E sinceramente se o mundo acabasse amanhã, eu estaria tranquila, porque fiz alguém feliz hoje, assim como tenho feito todos os dias da minha vida.

Eu vou mudar o planeta. O mundo não vai acabar, o meu amor não vai permitir. E aí? Vou ter que fazer todo o trabalho sozinha?

quarta-feira, 30 de março de 2011

Matheus Bandeira Convida IV


Tenho a honra de convidar uma pessoa, que gosto muito e, que, com certeza, não poderia findar meus convites sem a sua participação. A próxima a escrever para o Matheus Bandeira, Captando Palavras é a querida Camila Schuck. Com suas frases encharcadas de sentimentos e verdades, Camila encanta com a sua escrita peculiar. Forte, porém, real e sentimental. Assim é o seu jeito de escrever, que gosto e admiro muito. Espero que gostem.

sábado, 26 de março de 2011

Lágrimas de Chuva


O vento move as árvores
E bate no meu rosto,
Afastando as lágrimas insistentes,
Que teimam em cair,
Exteriorizando minha tristeza.

Os pingos gelados da chuva
Começam a me molhar.
As lágrimas, no chão,
se confundem com a chuva
E eu sigo caminhando.

Vejo ao longe a minha felicidade.
Solto o guarda-chuva
E deixo ser levado pela tempestade.
Encharcado pela água e por lágrimas,
Sigo caminhando.

Meus lábios escurecem,
Meu tremor é visível.
O caminho é árduo.
Um relâmpago ilumina o meu rumo
E vejo que estou só.

Ninguém nas ruas.
Lembro de meus momentos felizes,
Ao lado da minha felicidade e,
Vagando, chorando, só,
Sigo ao teu encontro.

O Inimigo Está Perto (em 3 partes)


Geruza Medeiros estava de aniversário. Convidou seus amigos para festejar seus trinta e três anos em um bar, no cais do porto da cidade. A vida agitada de uma advogada criminalista não deixava que ela se divertisse, mas como era seu aniversário, nada mais justo, segundo ela, comemorar e beber. Geruza, uma mulher rica, que nunca perdeu um processo, sempre gostou de fazer este tipo de recepção. Esbanjando carisma e simpatia, promoveu uma festa com requinte e sofisticação. Considerada uma das melhores advogadas criminalistas do país. Era sexta-feira, dia oito de janeiro. Uma lua linda iluminava o mar e a cidade inteira. Aos poucos seus convidados foram chegando. Após um tempo, chega o primeiro dos cinco amigos e companheiros: Leonardo Cordeiro. A aniversariante recebe o ilustre amigo e os dois conversam animadamente. Leonardo é escritor e o membro mais novo da Academia Brasileira de Letras. Em seguida, chega à festa Naím Canabarro. Naím é conhecida por sua ONG “Ajuda Carioca”, que auxilia os idosos que vivem em locais mais esquecidos pelo governo. Com 39 anos, a carioca é reconhecida nacionalmente por seus livros de psicologia. Após sua chegada, os três amigos ocupam, juntos, uma mesa e os garçons da festa os servem com bastante freqüência. Por fim, chegam Marcelo Buarque e Renato Figueiredo. A turma dos cinco amigos está completa. Marcelo Buarque, brilhante promotor criminal e professor de Direito Penal. Com seus trinta e três anos, é um dos cotados a assumir o cargo de desembargador do estado do Rio Grande do Sul. Renato Figueiredo, empresário de sucesso. Sócio majoritário da Perdigão, com apenas trinta e um anos. Na festa, os amigos se reúnem e conversam animadamente sobre suas vidas e seus trabalhos. Lembram o passado e as coisas engraçadas da faculdade. Depois, todos se dirigem até o terraço do bar e sentam-se onde o mar fique como vista na noite enluarada. Algumas horas depois, Leonardo, ao retornar do banheiro, nota que há dois homens brigando no outro lado da rua. Os amigos se levantam e vão para o parapeito do terraço para observar a briga. Quando, de repente, um dos homens tira um revólver do bolso e atira no outro, que cai no chão. A vítima, ainda com vida, tenta se levantar, porém, o assassino lhe descarrega o revolver o matando na hora. O silêncio impera. Nenhum barulho na rua, nem na festa, nem em lugar qualquer. O silêncio absoluto fazia com que os amigos pudessem ouvir os passos do assassino. Todos no terraço parados olhando o assassino, que não os vira, ir embora no silêncio. De repente toca o celular de Leonardo. Uma música alta pôs fim no silêncio. Leonardo tentava desesperadamente desligar seu telefone celular para não fazer mais barulho, porém, foi impossível e o assassino parou. Olhou para os lados e nada encontrou. Voltou uns passos e olhou diretamente para o terraço. Deste modo, enxergou nitidamente todos que estavam ali parados o observando. Todas as testemunhas oculares do crime que ele cometera minutos atrás. Marcelo se abaixa e todos fazem o mesmo. Geruza pede que os seguranças fechem as portas do bar e as tranque. O silêncio continua na festa e na rua. Os passos do bandido sendo ouvidos por todos iam ficando cada vez mais nítidos. Cada vez mais perto. E foi quando uma voz abafada por algo que não puderam identificar, pois estavam abaixados, escondidos, gritou em tom ameaçador: “vocês não me viram, mas eu vi todos vocês!” Logo depois, os passos foram se distanciando até se perderem. Vinte minutos depois chega ao local a polícia militar. O promotor, Marcelo, vai falar com os policiais e a advogada criminalista, Geruza, o acompanha. Naím acalma os convidados da festa e pede para que eles se retirem com calma. Pede desculpa. Leonardo, sentado em uma cadeira, chora inconsolável. Renato o consola e faz companhia. Naquela mesma noite a polícia começa a investigar o crime. Um mês depois, Geruza conhece um homem chamado Fabrício Silva. Elegante, alto, bonito e simpático, Fabrício acaba conquistando a advogada e a fazendo se apaixonar por ele.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Escrevidos, Escrevimentos e Escritos.


Me deitei na cama, peguei meu notebook, liguei o DVD e deixei rolando em um volume baixo. Me preparei para escrever e foi quando percebi que não tinha nenhum assunto novo para escrever. Não tenho nada de novo acontecendo na minha vida, que eu já não tenha escrito e publicado. Quando pensei em escrever, queria falar sobre algo novo, porém, não sei falar de nada a não ser do amor. Que me sejam antipáticos, então, aqueles que não acreditam nisso ou que desconhecem esta forma de viver, mas estou sendo sincero.

Escrever sobre o amor, mesmo não sabendo o explicar, como detalhar e até nem conseguindo entender certas coisas, é uma maneira maravilhosa de exteriorizar o sentimento mais puro que está sendo sentido pela pessoa que escreve sobre tal assunto. É como se cada linha de um texto, de uma crônica, de um poema fosse inspirado na paixão e na pessoa amada.

O texto que fala sobre o amor, realmente, acontece na vida destas duas pessoas ou somente na da que escreve. Se pássaros cantam, se a lua brilha, se o sol arde, se a vida é linda, é porque realmente são desta maneira. Mesmo quando existe, dentro das linhas de um texto, personagens da natureza com mutações fantasiosas, em um conto de amor, devemos acreditar, pois na mente apaixonada de quem imaginou aquilo, estas coisas simplesmente acontecem.

E é tudo fruto da paixão, do divino momento vivido. Tudo são flores, tudo são perfumes, tudo são sorrisos. Há os textos de paixões tristes, mas estes são aquelas não correspondidas. Portanto, cito as traçadas linhas de quem escreve sobre o amor de maneira apaixonada.

Tendo isso como base, continuo a dizer que sobre outro assunto não sei escrever. Obviamente que saberia escrever sobre a guerra na Líbia, sobre a vinda de Barack Obama ao Brasil, sobre a progressão de regime para condenados por crime hediondo, sobre a sucessão de um testamento, sobre a polêmica do blog da Maria Bethânia, mas, apesar de ter um monte de acontecimentos nestes últimos dias, na mídia, não consigo falar sobre outra coisa se não o amor.

Com a autoridade de quem passa por isso, atualmente, afirmo que é a fase que vivo que me deixa mais romântico, mais alegre, mais vivo. Por isso, com certeza, meus textos têm uma conotação bem romântica, melosa, apaixonada. E é bom falar sobre isso. É bom sentir e é bom falar.

Apaixonados, amando, sendo amados, os dias passam com uma leveza diferente, a dor é suave e não dói, o choro, no fundo, é de alegria, enfim, nada é normal, nada é como é. Apaixonados, as coisas não são, elas estão. Estão em um estado anormal. Tudo por termos alguém para dividir a dor, para chorar junto, para sofrer junto, para nos apoiar, para nos dar simplesmente um abraço.

Enfim, cafona ou sofredor, não sei escrever sobre outra coisa se não for sobre o amor.

domingo, 20 de março de 2011

Fogo


Ele vê, ao longe, uma fogueira muito alta, brilhante e cheia de luz. Mesmo estando longe, consegue ouvir o barulho do fogo ardendo, queimando. Então, ele segue aquela luz e a cada passo dado, vai sentindo o calor aproximar. É amedrontador. É asfixiante. Causa um certo desconforto e nervosismo, mas, mesmo assim, segue em seu caminho. Com passos lentos ele pára e decide chegar até a fogueira. Sabe que o fogo pode queimá-lo e acabar com seus sonhos e planos, mas a teimosia o toma conta. Quando está muito próximo do fogo, quando o calor já lhe faz suar, quando a luz ilumina seu corpo e seus olhos, ele chora. Não tinha nada ali. Era só uma fogueira. Arrepende-se. Pede perdão à vida pelo tempo desperdiçado e com lágrimas nos olhos, vai embora.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Palavras Ditas. Palavras Repetidas.

Amor. Tequila. Cachaça. Álcool. Fogo. Fome. Bebida. Dinheiro. Amigos. Risadas. Piadas. Sorrisos. Felicidade. Amor. Cumplicidade. Metamorfose. Transformação. Dúvida. Apego. Paixão. Companheirismo. Calor. Ventilador. Mosquito. Sono. Noite. Madrugada. Dia. Beijo. Amor. Verão. Orgulho. Formatura. Formaturas. Bebidas. Alegria. Abraço. Beijo. Fotografia. Poema. Textos. Crônicas. Músicas. Brigas. Ciúme. Reconciliação. Carinho. Festa. Janta. Namoro. Noivado. Casamento. Promessas. Juras. Amor. Sonhos. Futuro. Planos. Ideias. Conjecturas. Alegria. Noite. Praia. Brigada Militar. Faca. Risadas. Afago. Bem. Querer. Mães. Conversas. Diálogos. Tensão. Choros. Desabafos. Consolações. Abraços. Amor. Final de semana. Planos. Noite. Dia. Praia. Calor. Cerveja. Comida. Fome. Sono. Cigarro. Trabalho. Dinheiro. Futuro. Nosso. Meu. Teu. Tu. Eu. Nós. Ninguém. Medo. Insegurança. Choro. Pesadelo. Lágrima. Sofrimento. Dor. Conversa. Abraço. Carinho. Paixão Amizade. Amor. Futuro. Viagem. Separação. Dor. Lágrima. Sofrimento. Solidão. Sozinhos. Tu. Eu. Nós. Juras. Promessas. Casamento. Planos. Textos. Sonhos. Músicas. Forró. MPB. Quilômetros. Cama. Ventilador. Calor. Frio. Edredom. Faculdade. Emprego. Estágio. Estudos. Acordar. Aula. Dormir. Trabalho. Celular. MSN. Blog. Twitter. SMS. Webcam. Fotos. Sul. Centro-Oeste. Norte. Direção. Medo. Insegurança. Dor. Amor. Saudade. Amor. Amor. Amor...

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ele e Ela.


Na praia, uma conversa.

_ Era tudo tão mais fácil.
_ Era.
_ Seria mais fácil.
_ Seria menos feliz.
_ Talvez. Das nossas maneiras.
_ Arrependida?
_ Não. Apesar das lágrimas de tristeza, há as de alegria.
_ Tem pensado muito?
_ Muito. Demais. Planos e mais planos.
_ Me conta um.
_ Já sabe de todos.
_ É. Sei.
_ Saudade de ti.
_ Eu também to.
_ É difícil planejar meus dias sem a tua presença.
_ É?
_ É. É complicado te querer e não te ter na hora seguinte, no dia seguinte.
_ Eu sei.
_ E às vezes lembro de nós e gostaria tanto que acontecesse de novo.
_ Hum...
_ E não vai acontecer. Não na hora. Não agora.
_ É?
_ É. E é difícil de conceber isso. Lidar com isso, na verdade, é complicado.
_ Complicado.
_ E, de repente, um aperto no peito. Uma tristeza, sabe?
_ Sei.
_ E aí, eu vejo que estou realmente sozinha. Sem tu aqui. Uma saudade enorme. Um vazio. Sabe? Às vezes, eu sinto como se tu estivesse ao meu lado e consigo até escutar tua respiração e sentir teu toque. Mas, olho para o lado e tu não está e daí... Daí...

De repente ela pára de conversar. Olha para os lados e se dá conta de que conversara todo o tempo com ele de uma maneira como queria e não como era. Estava pensando, imaginando, apenas. Estava sozinha. Ela o procurou com os olhos durante um certo tempo, querendo acreditar que aquilo era mentira e que realmente tinha conversado com seu amado, mas a solidão se fez presente e o silêncio gritou. Então, sentou novamente e se calou. Pensou mais um pouco. Chorou. Olhou para o mar e lembrou de coisas que foram vividas ali. Depois foi embora. Lembrando. Desejando. Chorando. Amando.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Triste Melodia

Em um dia qualquer, assustado, acordei e me vi sozinho. Olhei pela janela do meu quarto e vi um dia cinza. Havia um sol brilhando e as flores abertas, mas tudo que era colorido, a partir deste dia, não possuía cores e nem cheiro. A natureza não era a mesma e a brisa do mar tinha desaparecido. Não haviam pessoas. Me vi sozinho.

Pela janela do meu quarto, vi que as coisas não faziam muito sentido, então, sentei e chorei a minha solidão. Chorei de saudade e de desespero. Pensava que se pudesse voltar no tempo, teria aproveitado tudo do mesmo jeito, porém, me dedicando mais, se possível. Nada de arrependimentos. Chorava, apenas, a saudade e a dor.

Chorando, cantarolei alguma musiquinha qualquer. Uma melodia triste me acolheu naquele dia sem cheiro e sem cor. Uma doce brisa me envolveu e, por um momento, achei que eras tu, que me abraçava. Olhei ao meu redor e não vi ninguém. Estava completamente só.

Além de ter me visto sozinho, me vi, também, sem rotina, sem cotidiano, sem itinerário algum para cumprir, sem nada a fazer. Nada além de esperar o tempo passar e tudo voltar a ser como era antes. Deitei na minha cama e meus pensamentos, feito um furacão, não paravam de girar ao teu redor. Minha mente, tão inquieta, não parava de fazer conjecturas, de achar idéias, de planejar hipóteses,enfim, de fazer planos para poder te encontrar na hora seguinte.

Porém, os minutos iam passando como se fossem horas e em vez de se passar sessenta segundos, parecia que passavam sessenta minutos. E, desta forma, o dia foi passando. Nesta dança das horas, que eram e são minutos, me vejo. Resolvi, então, retomar a minha rotina. Procurei alguns amigos e algumas coisas, porém, nada tinha o mesmo sabor, a mesma graça.

Me vi rodeado de pessoas interessantes, com conversas interessantes, mas apesar de não ter me sentido deslocado, intelectualmente falando, me vi vazio, sem assunto, sem nada a acrescentar. Meu assunto era o mesmo e não mudava. Preferia, muitas vezes, calar e calando negava a minha vontade de te ter ao meu lado. Na verdade, não negava, apenas a escondia dentro de mim, sem exteriorizações explícitas, a não ser por minha aparência cansada e triste.

Hoje, sou o mesmo de ontem, com menos dias para contar no calendário da paixão e com mais esperanças a cada momento em que penso no nosso passado, que é presente e que será o nosso futuro. Hoje, mais teu que ontem, menos que amanhã, ainda te espero chegar em frente à minha casa para me buscar para irmos a algum lugar qualquer e sei que a cada hora que passa, este dia está mais perto de chegar.

Penso, à noite, quando o mundo inteiro, exceto o cachorro da vizinha, silencia, olhando nossas fotos, que fomos, somos e seremos muito felizes. E aí, me sinto, além de sozinho, triste e com um aperto no peito, como se uma bigorna estivesse repousada sobre ele. Colocada, talvez, numa posição estratégica, que faz doer e ter uma sensação nada confortável, pois a presença não é mais física, pelo menos, por enquanto.

Só que ao mesmo tempo que me vejo triste, tenho a consciência de que estou envolvido por uma capa de alegria e felicidade imensa por estarmos, fazendo com que nosso futuro se alinhe e um dia poderemos gozar da nossa felicidade juntos, plenos e serenos.