segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Poema Para um Amante das Palavras e do Seu Poder de Sedução (Éderson da Silveira)

Esta história eu não inventei
apenas ouvi soprar
de um vento que vinha de leve...

Falou-me num sussuro
de algumas pesoas encantadas
que antes eram iguais
a todas as outras pessoas

Até que um dia
estando este a soprar
convidou-as a descobrir um mundo novo
E mostrou as mesmas ruas
os mesmos caminhos
e as pegadas de sempre
e já não eram os mesmos...

Mostrou-lhes que eram apenas cacos
pequenos pedaços cristalizados
em profundo ócio de si
Provocou-as para que se juntassem
a outros cacos e outros vazios

e então o grande conjunto
dos que antes eram incompletos
deu forma e contornos à uma nova figura

E de todos os lados os ventos sopraram
trazendo cada qual um pedaço de longe
que vinha de manso somar-se aos outros

E ao final de tudo
não resta desfecho
apenas leves reticências
de cacos contagiando outros pedaços

e aos poucos, ao sabor de desafios
encontram caminhos a trilhar
e semeam estrelas em meio à penumbra
e á lu z de uma vela
desbravam selvas nos interiores do bando

Afinal de contas cada um faz parte
de um grande mosaico
construído pelos ventos do Sul
desafiando espalhar-se aos quatro cantos
e timidamente observa o primeiro pássaro
ao céu a voar e lembrar ao vento
as palavras de um poeta e amigos desbravadores...

domingo, 5 de dezembro de 2010

Matheus Bandeira Convida III.

Meu próximo convidado me impressionou com uma simples conversa na praia sobre literatura e escritores. Impressionou-me, também, com seus magníficos textos em seu blog e suas doces palavras.




O próximo a escrever para o Matheus Bandeira, Captando Palavras é Éderson Luis da Silveira: brilhante escritor.

A Escuridão Permanente da Alma (Leandro Moreira)

Alma desceu ao apogeu da escuridão
na noite em que ela saiu com sua mais nova amiga,
a Solidão.

Alma estava se sentido muito triste,
magoada, já que sua outra amiga,
a Felicidade,
a trocara pela Esperança.
Então, Alma chamou sua mais nova fiel escudeira
para passearem.

Bateram perna...
Acabaram indo parar no bar da Vida.
Esta, cansada de correr bêbados de seu bar,
não deixou Alma e, tampouco, sua comparsa,
Solidão, entrarem, pois essas,
percebera Dona vida, já se encontravam
em estado de embriaguês.

Alma e Solidão saíram esbravejando tudo o que lhes vinha à cabeça...
Foram a outro bar,
tomaram umas doses a mais de violência
e voltaram ao bar que haviam ido anteriormente...
Dona Vida, ríspida, tentou enxotar as duas novamente...
Dessa vez, entretanto, Alma e Solidão deram jeito na Vida
e a mataram com um tiro a queima-roupa,
pois se sentiram discriminadas com o que ela fizera à elas
quando aquelas chegaram.

Depois disso, Alma e Solidão foram presas por homicídio culposo.
Elas ficaram em celas longes
para não ter perigo de confabularem uma fuga,
como de fato, já haviam planejado na semana anterior aos julgamento.

Alma, então, fora julgada e condenada à pena de morte e,
consequentemente, morta dias depois.
Sua ex-companheira, a Solidão, enlouquecera;
anda solta e vive a procura de uma nova parceira e amiga
para acompanhá-la em suas cretinices
e brindar à morte de sua amiga Alma...