domingo, 19 de setembro de 2010

Preciso. Quero.

Não preciso ouvir que me ama.
Preciso sentir.
Não preciso saber da tua vida.
Preciso conhecer-te.
Não preciso só do teu sorriso.
Preciso da tua sinceridade.
Não preciso da dúvida.
Preciso da tua exatidão.
Não preciso da tua voz,
Preciso do teu silêncio falante.

Não quero o teu fanatismo.
Quero, apenas, o teu bom senso.
Não quero palavras.
Quero ação.
Não quero planos.
Quero acontecimentos.
Não quero nada.
Quero tudo natural.

Não preciso da tua presença constante.
Preciso te sentir, apenas.
Não preciso da tua coragem.
Preciso da nossa luta.
Não preciso de mentiras.
Preciso de maturidade.
Não preciso de necessidade.
Preciso de sinceridade.

Não quero sofrer.
Quero sorrir, apenas.
Não quero a solidão.
Quero a companhia da paixão.
Não quero a noite.
Quero 24 horas.
Não quero nada.
Quero além do que eu imagino.

sábado, 4 de setembro de 2010

De Olhos Abertos


O ambiente metodicamente decorado. A luz baixa, com velas decoradas espalhadas por todos os lados. Algumas brancas, outras rosas, mas a maioria vermelha. A mesa com flores brancas no centro: detalhes que só as mulheres conseguem realçar. Tudo em seu devido lugar. Taças, garfos, facas, colheres e guardanapos.

Antes do banho, ela retoca a mesa, acerta os últimos detalhes e ao se certificar de que tudo está correto, se deita na banheira cheia de sais e relaxa um pouco. Olha no relógio e vê que tem tempo. Liga o som e curte o momento antes de encontrar o homem por qual está apaixonada.

Ele, por sua vez, ainda não chegou em casa. Resolveu passar em uma loja de roupas, antes. Percebeu que sua calça preferida estava velha demais para um encontro especial. Aproveitou para comprar uma camisa nova. Então, depois das compras e antes de se arrumar, passou em uma floricultura e comprou flores variadas e vermelhas.

Ela se maquia. Põe cores leves no rosto e nos lábios. Ele coloca o cinto e escolhe o perfume. Ela arruma o cabelo. Ele coloca uma bala na boca. Ela escolhe um vestido curto champagne. Ele, de camisa vermelha, calça jeans e sapatos pretos, sai de casa. Ela desce as escadas e acende as últimas velas que faltavam ser acesas.

Ele chega e o coração dela começa a pulsar mais rápido. Ele sai do carro com a respiração ofegante e com medo de cometer algum deslize. Ela o espia pela cortina da sala. Ele bate na campainha. Ela faz charme e demora um minuto para atender. Oi. Ele diz, meio desconsertado. Oi. Diz ela com um sorriso no rosto.

Você está linda. Não pôde deixar de observar que a mulher por qual está apaixonado estava realmente linda e teve de tecer elogios rasgados e sinceros. Ela agradeceu e o serviu uma taça de vinho, aquele bem escolhido, de uma safra antiga. Lindas flores, obrigada. Um pouco envergonhada, pois era o primeiro encontro, ela colocou as flores em um vaso.

Um som tocando bem de leve ao fundo. Era Tom Jobim, cantando a Garota de Ipanema. Seus quase trinta anos, denotavam, além de um corpo escultural, bom gosto para a música. Então, os dois conversam animadamente na sala, antes do jantar. Um tempo depois, ela serve o jantar. Estava ótimo, disse ele. Ela, simplesmente agradeceu.

Voltaram à sala e seguiram conversando e bebendo vinho. Mais despojados, mais animados, talvez a bebida já estivesse fazendo seu efeito mais característico: arrancar a vergonha das pessoas. Com olhos famintos, ela tomou a iniciativa e roubou - lhe um beijo. Ele a agarrou pela cintura, fazendo-a deitar-se por cima do seu corpo, no sofá. E, assim, por alguns minutos continuaram.

Ela tira os sapatos e ele tira as taças do alcance. Não queria cometer deslizes e derramar vinho no tapete branco. Seria péssimo. Eles se ajeitam melhor no sofá de couro preto e os beijos começam a ficar mais intensos. Cada selinho, de olho aberto, já dizia mais que qualquer toque, mais que qualquer pensamento mais sórdido. Sexo era o que eles queriam. Eles se separam. Ele afasta a mesa de centro cheia de velas e tira a camisa. Ela começa a beijar seu pescoço, por cima dele. Ele fecha os olhos, extremamente excitado. Ele a vira e beija o pescoço dela e passa a mão sobre o corpo macio da mulher, cheia de tesão. Ela tira o vestido e ele a calça. Eles se abraçam e os gemidos era a música do ambiente, já que o CD tinha acabado.

Os corpos explorados pelas mãos eram, agora, molhados por línguas quentes e cheias de vontades. Despidos de roupas e de pudores, começam o ato mais liberal e apaixonado: o sexo. Devagar. Ela geme baixinho e ele a olha, tentando desesperadamente saber, sem perguntar, se ela estava bem ou se estava gostando.

Ele se deita sobre o corpo dela. Os movimentos um pouco mais velozes, agora. As mãos dela nas costas dele, sendo marcadas por arranhões. Gemidos mais altos. Movimentos mais rápidos. Sorrisos apaixonados sendo trocados em plena sala de estar por duas pessoas, por dois indivíduos completamente apaixonados, iniciando um relacionamento mais que desejado.

Outras posições foram ensaiadas e realizadas. De repente, sentada no colo dele, de frente, o ápice da paixão e do sexo parece estar chegando. Os suores em seus corpos, denotando o calor da paixão, escorria pelas costas dos dois. Gemidos dele e dela. E, num golpe de prazer os dois fecham os olhos no mesmo exato momento. Acabou. O prazer estava completo. Então, ela abre os olhos e ele já estava a olhando, admirando sua beleza delicada e infinita.

Um selinho com olho aberto pede um beijo de olhos fechados, terminando, assim, de vez, o sexo apaixonado dos dois. Palavras doces são ditas e carinhos explícitos. Deitados no tapete, exaustos e, agora, sem nenhuma vergonha, eles apenas se deixam levar pelo sublime momento da paixão que os envolvia. E, assim, permaneceram por alguns minutos, horas, até pegarem no sono e dormirem abraçados, apaixonados.